sábado, 28 de março de 2009

As coisas guardadas no porão...



As coisas guardadas no porão...
A poeira do tempo passado não
encobre a beleza e a história desses
pioneiros que cultivaram a terra e
criaram seus filhos e netos tirando
o sustento da terra e produzindo o
melhor vinho da colonia...

Nona Colonial

No tempo que os antepassados fabricavam vinho no porão

e a vida corria sem pressa por outro diapasão

muito trabalho na lavoura, na casa paz e mansidão...

No pesado moinho transformavam

grãos em farinha e a roda dágua rangendo

dava conta de toda a produção...



Os frutos da vindima sempre foram sagrados

o vinho, o vinagre,a cerveja e a grapa

fazia-se mesmo em casa...



O nono ensinava aos netos as tramas da cestaria

cuidados com a terra,como tratar animais,

rudimentos da mecanica,maneirsmos da carpintaria...

A vechia passava as receitas de culinária as meninas...

segredos de assar as massas e de cozer a batatas,

habilidades com roca e ofício de fiandeira...



Quando o abandonado sótão vira museu

e o grande baú além de alguns bordados deixa ver alguns guardados

e as sobras de um enxoval, um surrado livro de reza e versos

em língua morta caem do bolso de um avental...

Deixando a mostra a miltifacetada e verdadeira mulher

que escondia-se sob o negro véu da carrancuda e fria

figura da nona colonial..!

terça-feira, 24 de março de 2009


Mabon


Nesses lindos dias em que o sol desliza mais para o Oeste na grande abóboda celeste.

Época de recolher os grãos que ficaram na terra.É a segunda colheita do ano...

Separa sementes...montamos nosso altar de Equinócio de Outono.É hora de agradecer e meditar.

Preparo provisões para o inverno...Separo com carinho os alimentos bolo e pão de milho teremos nessa seia,além da sopa sabatica cheirando a milho verde,um vinho tinto, torta de maça,algumas nozes...casa bem limpa,consertos e manutenção é muito bom gora...


As primeiras folhas já deceram da grande árvore e os tons pardos e terrosos da natureza impõe na natureza a sua cor...

A primeira flor de maracujá da temporada desabroxa e insensos de Sálvia e Madressilva eu reservo para celebrar...


Velas marrom e pinhas pinhas para o Deus,velas amarelas para a Deusa na face antiga reverencio...

Que venha mabon com generosidade trazedo abundância da estação

E a sabedoria da Mãe Antiga nos envolva.


Está ficando mais frio,as noites alongam-se,busco um agasalho quando o sol se põe acalmo cães e gatos com carinho.Numa sesta eu e minha filha Yasmin recolhemos folhas para enfeitar o altar.

É tempo de expandir a paciência rabisco novo poema para deusa,junto um pequeno buquê para Perséfone a nos lembrar que as sementes da nova estação já estão prontas.

As pedras do caminho recebem um tapete de folhas dançarinas.

rocuremos o equilíbrio que a roda proporciona é nossa luz e sombra procurando sintonia lembrando-nos a metáfora do alto-conhecimento que a filha de Zeus, o céu e Deméter a colheita nos ensina...Na filha procurada pela mãe Perséfone sempre germina novamente.Hoje nada peço só agradeço a dança das estações...

Eu sinto Março assim com muito amor nesses lindos dias em que o sol desliza mais pelo Oeste na grande abóboda celeste.